quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Para ti “Bitinha”




E porque sei que és um profundo conhecedor de música, em que o teu blog nos facilita um sem número de informações acerca de alguns dos teus grupos de eleição, aqui vai um cruzamento entre o conhecimento musical, o lirismo da composição, a intensidade da letra, em interacção com um toque de interpretação científica do sentir poético do autor.




Pedro Khima, não sei se é assim que se escreve o nome desse vulto da música Europeia e quiçá de Portugal.
O artista, é um bom artista (mas não havia necessidade) e com o seu “singlére” “Esfera”, brinda-nos com um sem fim de emoções coloridas que só o texto poético em causa pode transmitir. Mas isso, todos os cantores, compositores fazem, à sua maneira. O que me surpreende é a emoção e a entoação que ele dá ao sentimento musical.
Para melhor compreensão transcrevo algumas passagens do referido “singlére”:
“Por isso esconde esse sorriso que me faz querer matar por mais;
Mães, mães;
Eu quero mais;
Mães, mães…”
Lindo não é!?
E então se conseguirmos ler nas entrelinhas, conseguimos descortinar uma referência implícita à cidade de 1001 encantos, Bragança!
(O gajo diz “mães” em referência às “mães de Bragança” ou não!?)
Não diz “mães”!?
Então aquilo é…!?
Como…!?!
Ok… ajuda-me a descortinar o sentir poético do artista, só tu consegues elucidar-me.

Opel Ascona


É verdade suas mentes perversas! É mesmo um modelo da marca Opel! E porque me lembrei disto agora? Não sei, talvez porque estou a ouvir Manú Chao!!! Será? Hummm! É mesmo…

Então é assim… “Antigamente” tinha um colega que era o “Rei do Gado”, não por ser careca aos 17 anos, não por se babar ao falar, não por mandar “piroclastos” sempre que dizia a letra “P”, não ainda por ninguém perceber cerca de 50% do que dizia, mas sim porque tinha um Opel Ascona. Opel este, que quando conduzido por ele entre Izeda e Calvelhe (duas localidades do Concelho de Bragança), era imbatível e era mesmo…
Eu próprio testemunhei algumas dessas viagens mirabolantes em que as nádegas (vulgo “nalgas”) do carro, andavam de lado… upa upa! Podia mesmo não fazer viagens maiores de 50 km’s, mas nessa viagem de 8 ou 9 km’s, era o maior, imbatível, diria mesmo “fantabulástico”… e então quando passava Manú Chao na telefonia… nem queiram imaginar…
Vá, não façam já essa imagem mental do moço, que por sinal era e é bom rapaz (para ele um abraço). Isto para dizer o que? Ah, já me lembra, para dizer que cada um de nós tem o seu espaço, atitude, trabalho, feito em que fomos especiais de algum modo, no caso e nem que seja só por isso, uma viagem de curta distância.
Depende de cada um o tratamento e utilidade que se dá a essa viagem!
Apesar de não ser a única habilidade do jovem, é de coragem fazer essa distância sem carta, bêbedo e com um jipe da GNR à perna… (habilidades e aventuras, mas essas são segredos de estado).
Já agora, a Opel tem ideia das piadas que se fazem com esse modelo em Portugal, ou lançam um nome desses com alguma lógica!?

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Férias



Chega Agosto, vacances, férias, verão, calor, decotes, praia, emigrantes e essas coisas todas. Mas afinal o que são as férias?
Para uns, férias é sinónimo de conduzir 3000Km para estar uma semana com familiares, para outros é tempo de “mamar à pala do estado”, para outros ainda é sinónimo de praia (deve-se ler a palavra “praia”, tal como os manos dizem “dama”, daquela maneira que até arranha a garganta).
Pois é… férias deveria ser sinónimo de descanso, quebra de rotina, diversão, mas a verdade é que meter o cú num autocarro apinhado, viajar durante 7 ou 8 horas, para depois ter que pedir licença a meia centena de cromos para estender uma toalha na praia… tá bem, também há quem goste do Cláudio Ramos! Mas pronto, aceito. Só não é o meu conceito de férias (banal talvez!?), já para não falar de se gastarem 2 ou 3 meses de ordenado em 10 dias… he he he! O que é certo é que depois de umas férias bem gozadas, todos nós precisamos de um bom mês de trabalho para descansar, porque isto de tirar férias é cansativo... até já há quem peça crédito ao banco para ir de férias… ou portugueses ou nada! (leia-se esta frase como “pátria ò muerte”, “viva lá revolución”).
E eu aqui a dizer baboseiras, porque ainda não fui “lavar as vergonhas” a um charco de água salgada este ano!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

“Ora toma lá que já almoçaste”!


Um dia um jovem viajante passa por uma aldeia nos confins do mundo, mesmo no “cú de Judas”, assim mesmo num sítio tipo (pronto eu digo!) alagoa.
Esse jovem viajante, cansado da sua jornada, resolveu fazer uma pequena paragem para saciar a sua sede e como é normal nas aldeias, localidades, sítios, as pessoas são acolhedoras e logo uma velhinha se dispôs para lhe matar a sede.
Já em casa da senhora, uma qualquer tia Gertrudes ou mesmo uma dona Elvira, o jovem deparou-se com uma falta de higiene descomunal. Gatos por cima da loiça, ratos que jogavam sueca num penico junto ao que aparentava ser um fogão! Adiante…
A idosa “foi ao poço” buscar água, que de certeza teve um rigoroso controlo de qualidade e enchendo um copo de barro, fez com que o jovem se deparasse com uma decisão que poderia marcar o resto da sua vida. Como iria ele beber?
Olhando para o único dente da senhora, viu que esse dente ainda tinha lá algo de cor duvidosa, algo parecido com o que tinha no bigode (ela claro… sim, bigode!), bigode este que ia desde a verruga peluda na face esquerda até aquela gota de baba no queixo. Mas com a limpeza ali existente é claro que o copo não tinha sido lavado recentemente… mas a sede era tanta que o jovem pensou:
“Vou beber com a asa do copo para o lado esquerdo, porque ela não parece esquerdina. Não, vou beber com a mão direita porque o copo fica na mão esquerda enquanto ela come com o garfo na direita. Nã nã… vou beber com a pega para a frente, ou melhor, para trás…” enquanto em décimos de segundo este pensamento se debateu na cabeça do cada vez mais sequioso jovem, ele reparou numa imperfeição no copo, uma “estaladela” ou seja, uma parte o copo que estava partida, quebrada e então pensou:
“É por ali mesmo que eu vou beber, de certeza que a Tia Coisa não bebe por ali.” e assim fez. Saciou a sede com tanta vontade que ele próprio se serviu novamente.
Quando se preparava para pousar o copo e agradecer a velhinha colocou-lhe uma questão retórica, ou seria uma afirmação? Enfim!
“Ah, sim senhor meu jovem! já viu que engraçado! Com que então você também gosta de beber pelo partidinho!”

Significâncias


O que escrevo e digo? O que quero dizer e porque o digo? Para quem o digo? Será que a mensagem chega?
Cada sociedade tem as suas tradições, usos, costumes, linguagens, meios, métodos…
Cada aglomerado populacional tem as suas histórias, festividades, regionalismos…
Cada família tem as suas vivências, hábitos, rotinas, falas…
Cada agregado familiar tem a sua prática, costume, estilo…
Cada pessoa tem a sua identidade, gostos, humor, genes, cicatrizes…
Assim, será que o que a minha vizinha diz é aquilo que eu compreendo?
Será que entendo a festividade da aldeia confina?
Perceberei os costumes usuais que se realizam do outro lado do mundo?
Estão as minhas opiniões de ontem em congruência com as de hoje?

O que é certo é que cada um de nós influenciado pelo que vivemos, mas na minha opinião principalmente pelo que não vivemos, somos influídos a criar uma linguagem própria. Linguagem esta que só é “descodificada” quando a mensagem chega à pessoa, ou pessoas certas.
De que me serve dizer a um amigo que está a chaparrear, ou que as canhonas estão no tagalho? Se um “bou pá lha” não “verga a espinha”, como devo eu dizer o que quero?
Muito do que escrevo só tem sentido quando lido pela pessoa certa, pois alguns tiques presentes, para muitos não são mais que obscenidades literárias, mas serão?
Vejamos, quem me garante que no quadro “a última ceia” o autor queria transmitir esta ou aquela ideia? Quem pode afirmar que Camões com “os Lusíadas” queria expressar o que ensinamos aos nossos alunos nas escolas? Ele disse que devia ser assim a interpretação do texto? Será a “Bíblia” tão diferente do “Corão”? Para uns morrer com quilos de explosivos na cintura é uma honra, para outros matar milhares com uma bomba é símbolo de dignidade. O que para mim é doce, para ti pode ser ácido. Se eu não como cão, tu não comes vaca. Assim sendo e com a distância geográfica, com as diferentes linguagens e vivências, sem contacto directo, como é possível cada qual tirar as ilações que mais lhe convêm acerca disto e daquilo?
Adoro esta música, porque para mim tem este significado, escrevo estas linhas porque sei que para alguém elas terão o devido sentido.
Posso não perceber as determinações que movem um eremita, mas sei que alguém compreenderá. Podes não perceber o que hoje escrevo, mas alguém compreende, ou algum dia compreenderás! Se não compreenderem, não faz mal, até porque o Saramago ganhou um Nobel e ninguém percebe nada do que ele diz!