quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

PACC? Sim eu fiz no ano passado!

É verdade, eu fiz a PACC no ano passado e isso nem faz de mim Professor, nem melhor Profissional é bem verdade, mas também não faz de mim um cordeiro nem tão pouco submisso ao sistema que o cRato insiste em implodir, descredibilizar e humilhar.

Em primeiro lugar devo dizer que sou frontalmente e completamente apologista e mesmo defensor de uma avaliação de todo o Sistema Educativo, onde se incluem os Professores… todos os Professores! Concordo com um "teste" que possa dar entrada… numa Ordem dos Professores, Ordem essa (lóbi), hipoteticamente muito mais influente que os 347 sindicatos que hoje vão sobrevivendo com algumas formas de luta já obsoletas e notoriamente nada profícuas. Posto isto, o "teste" deveria ser aplicado, ou a TODOS os Professores, ou então à saída da Universidade, tendo esta (a Universidade) que ter obrigatoriamente repercussões, quer ao nível do financiamento, quer obviamente com a publicação dos respetivos Rankings… ou isso só é importante no Ensino Básico!? Relembro neste ponto, que é por demais conhecida a relação entre a seleção de Recursos Humanos universitários, com os aparelhos partidários!

Tendo feito parte daqueles que lecionam há quase uma década, mas ainda sem os cinco anos de serviço (que fazem de um licenciado… um Senhor Professor), deparei-me com algumas opções, a saber:

1.    Ficar em casa a "coçar a micose" e a protestar em frente à TV.

2.    Ficar em casa e mostrar a minha revolta "nos Facebooks".

3.    Ir para a rua entoar cânticos de protesto bonitos.

4.    Ir para a rua confrontar a PSP e os "aplicadores".

5.    Ir para o portão da escola bloquear a liberdade de outros.

6.    Ir para a sala de prova e "armar a pu**".

7.    Fazer a dita prova e manifestar na "dita" o meu desagrado.

Optei pela última opção, tendo os "elaboradores" da prova facilitado a minha intervenção, pois a questão de desenvolvimento pareceu mesmo feita "à medida" de quem quer levar um "tau tau"… mas de luva branca! Confesso que pensei que a dita pergunta seria anulada, mas ao que parece até foi valorizada e bem… Cito apenas as minhas últimas palavras da dita prova que fez de mim um Senhor Professor: "A evolução e melhoria do Sistema Educativo em Portugal, só se consegue com o empenho dos professores, com a mudança radical de Políticas que lesam de morte o Ensino Público/Estatal e com a demissão deste ministro". Ao que parece… tinha razão!

Posto isto e justificada a minha opção de protesto, podemos agora centrar a discussão na patética elaboração da prova que nada prova. Não é por acertar meia dúzia de perguntas de "escolha múltipla" com um nível de dificuldade equiparado a um mero teste psicotécnico de "acesso ao acesso" à carreira de "Segurança" ou de Polícia (sem nenhum desprimor para a profissão), que se avalia a capacidade (e a prova era de Avaliação de "CONHECIMENTOS E CAPACIDADES") de um Professor lidar com as 1001 situações com que se confronta no contexto "sala de aula". Não é por saber interpretar um horário ou uma tabela de dupla entrada, que um Professor vai "saber se sabe" lidar com problemas de indisciplina, problemas com alunos com NEE, problemas com turmas de 26 alunos completamente heterogéneas, quer ao nível das capacidades d aprendizagem, quer ao nível dos afetos e contextos Económico-sociais de onde provém a família… enfim… Pelo menos temos a certeza que um candidato a Senhor Professor de Educação Física é competente ao saber calcular a rentabilidade de painéis solares.

Em jeito de conclusão, já que não vou dizer metade daquilo que queria dizer… confesso que me parece que com "bolonhas, equivalências" e outros que tais, a Formação de Professores não está na sua melhor forma, no entanto, "pior a emenda que o soneto", com este tipo de políticas meramente economicistas viradas para a estatística em frente ao abismo, este pessoal que rege o País, está a dar um passo em frente!

Eu que não percebo nada da "poda", parece-me Urgente requalificar a Carreira Docente, reformular a formação inicial de Professores, fechar alguns cursos, fechar a torneira que abastece o ensino não Estatal (privado), apostar na escola inclusiva com políticas sociais efetivas e de apoio à natalidade, apostar no ensino artístico, apostar no ensino vocacional, criar um Ordem dos Professores, banir esta corja que "enterra" o Ensino!

Muito mais havia para dizer, mas como "Contra uno brutatis num lutatis"…