sábado, 8 de março de 2008

Ponto de situação

Se é certo que várias mudanças são URGENTES no sistema educativo português, também é certo que essas mudanças só terão efeitos positivos se aceites e assentes na cooperação de todos os intervenientes.
Hoje fiquei extremamente surpreso pela elevadíssima participação na “marcha da indignação”, não esperava tanta afluência a um protesto deste tipo, quem não envolve (directamente) a maior parte da população nacional. Ainda assim, a “classe” na qual me integro e que várias vezes critiquei por falta de união, desta vez demonstrou, que afinal, pode ser um lóbi que defende os seus interesses e ideias de uma forma global, assente na união.
Apesar de não concordar com algumas razões do protesto, mas concordando com outras, penso que ficou demonstrado que a nível governamental as vozes em uníssono devem ser tidas em conta. Se é certo que alguns entrevistados não faziam a mínima ideia dos fundamentos basilares do protesto, a julgar por algumas entrevistas que ouvi (RTP, ANTENA 1, TVI, RENASCENÇA…) outros tinham uma opinião fundamentada, em consonância com a sua ideologia. O que é facto, é que mesmo quem não sabia o porquê… esteve lá. E quanto a mim… BEM! Pela 1ª vez vejo a união que caracteriza outros sectores da sociedade, como Juízes, Médicos, Farmácias…
Assim, tenho a firme convicção, que a partir deste protesto “alguma” atitude deve ser tomada por parte do Ministério da Educação. Alguma flexibilidade, adiar algumas reformas, apostar nas negociações com os parceiros sociais, apesar de saber que a margem negocial não é muita, bem como é escassa a vocação desses negociadores para chegar a qualquer acordo. É de ter em atenção que os chamados recuos, são um sinal de inteligência e de reconhecimento em questões que de uma ou outra forma pode a ideologia estar numa rota de colisão com os valores sociais.
Deixo também umas palavras que nos levam a reflectir… 600 autocarros pagos por quem? Hummmm!
300.000 € gastos em bandeirinhas e panfletos!!!! Hummmm!
Autarquias metidas ao barulho, financiando parte dos custos! Hummmm!
Partidarização e aproveitamento político! Hummmm!
“Transfer” de uma política para a generalidade! Hummmm!
Já agora… abriu a campanha eleitoral! Carvalho e tal!!!
Gostei de não ouvir falar nas AEC’S, de não ouvir falar nos RECIBOS VERDES, de não ouvir falar na disparidade de VENCIMENTOS na classe, de não ouvir falar no emprego criado com a GENERALIZAÇÃO DAS AEC’S, de não ouvir (ou ouvir de fininho) na PROVA DE ACESSO, mas sim de avaliação, administração Autárquica, ECD… enfim… de quem paga as bandeirinhas e as camisas “shark” aos dirigentes sindicais.


Enfim. Da minha parte é salutar a iniciativa, mas acima de tudo a UNIÃO que nunca caracterizou os Professores. É também da minha parte que continua a convicção e apoio a algumas reformas e desacordo com outras, porque a nível ideológico, nada muda com pessoas aos gritos!

(numa próxima oportunidade voltarei ao assunto e após analisar a leitura política de “quem de direito”)

1 comentário:

Corduroy disse...

Nem eu teria escrito melhor. O que penso neste momento... é tal e qual o qu escreveste aqui. Realmente só foi pena não falarem mais na dita Prova e nas condições que nso dão nas AEC's. Mas não somos nós que pagamos a Sindicatos...
Abraço.