sábado, 26 de abril de 2008

25 de Abril… SEMPRE

Dizem que eu não vivi o 25 de Abril, mas a verdade é que todos os anos vivo essa data!

Ainda assim, dizem que não sei o que foi nem como era… mas estuda-se ou lê-se!

Enfim…

Talvez e na minha opinião, os que viveram o 25 de Abril de 1974 é que não conseguem ou não conseguiram fazer passar a imagem do que foi essa Revolução, mas principalmente o que levou à Revolução… como se vivia, como se estudava, o que se comia, como se trabalhava, nunca baseado em chavões ou imagens “Hollywoodescas”, porque os contos típicos como por exemplo “Eu estive na Guiné”, ou aquela história que levou os Portugueses a fazer aquela tatuagem no braço a dizer “Amor de mãe / Angola 69” (dentro de um coração), não fazem passar para nenhuma geração o sentimento e sentido da Revolução.

Numa curta reflexão acerca do assunto questiono-me se historicamente houve alguma revolução “do povo” em que não fosse derramada uma gota de sangue (andamos à porrada com flores?)!? Terá isso alguma implicação no desenvolvimento hodierno da sociedade (eleição de Salazar como Grande Português)!? E se essa Revolução tivesse lugar hoje, não viriam por aí a dentro os Americanos salvadores do mundo tentando “matar” esses terroristas inimigos da liberdade (liberdade que mais lhes convém)!?

Ainda ontem, num jantar de comemoração da data, tive o prazer de ouvir algumas histórias do momento, mas também uma “mea culpa” por algum falhanço no estado pós-revolução. Aí, algumas opiniões divergentes foram expressas, onde uns afirmavam que se cometeram erros na dita revolução e que a partir do dia 16 tudo foram rosas, opinião contrária também expressa por outras vozes em que se defendeu a posição de que o dia 25 foi bem coordenado, mas os seguintes foram repletos de erros! Qual a posição mais acertada? Nem os que lá estiveram sabem!!!

Assim sendo:

O 25 de Abril foi um golpe militar que derrubou o regime politico que vigorava em Portugal desde 1926, regime esse premiado actualmente, como já referi, num programa televisivo. As forças leais ao Governo não esboçaram grande resistência, o que me leva a pensar numa concertação mais ampla e alargado do que aquela que se ensina nas escolas. O MFA (movimento das forças armadas) teve origem em algumas reuniões clandestinas realizadas em Bissau (segundo consta). Conspirações e reuniões clandestinas juntam líderes militares de modo a programar a dita revolução, a qual chega aos nossos dias com imagens de marca, entre as quais a música de Paulo de Carvalho “e depois do adeus”, difundida dia 24 ás 22.25, a famosa “Grândola vila morena” de José Afonso. Imagens estas e nomes associados a elas que se juntam a tantos outros como Spínola, Costa Gomes, Otelo Carvalho, Salgueiro Maia e porque não Mário Soares e Álvaro Cunhal (como disse, entre tantos outros).

O que se passou de seguida é que quanto a mim minou e fez perder alguma credibilidade á Revolta pela Liberdade, já que nos 2 anos seguintes em que o vulgo PREC (Processo Revolucionário em Curso) em contradição com a ideologia do “MFA” e posterior Junta de Salvação Nacional “JSN”, encetou perseguições políticas e violência com algumas facções políticas da sociedade impondo assim a “sua liberdade”.

Ainda assim todos concordamos e bem, que essa Revolução foi um salto essencial e importante para o desenvolvimento do País, deixando assim de estar “Orgulhosamente sós!”.

O que podemos retirar da data?

Na minha opinião a tolerância, a diversidade, a liberdade, o pluralismo, a opinião, o direito a…

Devemos ainda generalizar e adequar as ideias de Abril ás relações Humanas, relações interpessoais, á inteligência e opinião, aos direitos de todos e de cada um…

Tal como dia 26 de Abril de 1974 muitos se quiseram apropriar e intitular como os verdadeiros heróis de Abril, não vamos alinhar nessa linha de pensamento e fazer nosso o valor de outros ao mesmo tempo que comparamos regimes de então com governos actuais (seja qual for a cor!!!) Não insultemos a inteligência e integridade social de um País!

Cumpriu-se Abril… cumpra-se Portugal… (vai-se cumprindo)

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