Deleite insípido

Anda, anda mastigar esta pastilha já sem sabor, tira o que precisares e dá-me o prazer de apagar as estrelas que se ofuscam.

Dá-me o prazer de perder o sabor que tenho quando me perco nas noites escuras.

Dá-me o prazer de pecar sem sentido, sem razão, só porque sim…

Dá-me o prazer de me encolher de vergonha pelo pecado pecado… Porque sim, porque me apetece, porque não quero olhar para trás e pecar.

Dá-me o prazer de te dar o prazer de me dares o prazer, até porque a pastilha está gasta… vai ali comprar uma para poder fazer bolinhas e mastigar de boca aberta.

Dá-me o prazer de estar colado a mim quando e …

Estou tão longe…

Estou longe e escrevo, escrevo e não digo o que sinto, nem tão pouco sinto o que digo… É verdade, mas mesmo verdade! Tão verdade como qualquer verdade!

Dou-me o prazer de ocupar espaços vazios com esperanças, dou-me o prazer de tentar saber se o mar se cola ao céu, ou se nunca se tocaram… Incompletos, cheios de vozes que pedem para me dar o prazer de mastigar uma pastilha… a tua pastilha!

“DÁS-ME-LIA”?