domingo, 7 de dezembro de 2008

GOVERNO SINDICATOS E BATATAS FRITAS


Aqui segue um post longo onde não digo metade do que penso, pois assim seria... extremamente longo, ainda assim quem quiser ler e PENSAR... !



Após ter sido obrigado a fazer greve no passado dia 3, vou então abordar este tema tão badalado na sociedade Portuguesa que é a Avaliação e o Estatuto da carreira Docente.


Como é sabido, as forças políticas encobertas ou não, estão de armas apontadas nesta luta que me parece pré eleitoral…


A minha posição, é favorável à implementação de um modelo existente e a partir desse arquétipo, trabalhar e adaptá-lo às necessidades políticas, constitucionais, dos contextos educativos e claro às necessidades dos intervenientes no processo educativo. Assim, estranho algumas situações, tais como os protestos levados a cabo, sem que uma única alternativa exequível ou não seja apresentada, mas vamos por partes…


PROTESTOS E SINDICATOS:



Primeiro que tudo, sou frontalmente contra o “modelo” de funcionamento dos actuais sindicatos, bem como o seu estatuto e orgânica interna, mas disto falarei noutra oportunidade… ainda assim, pergunto-me quantos professores estão há 15/20 anos sem dar uma única aula e vêem o seu tempo de serviço aumentar, sentados numa secretária!? Ou mesmo, quem pagava até muito recentemente os ordenados desses "DITOS" professores!? Ou ainda, quem defende os “não sindicalizados” talvez mesmo um fatia significativa do bolo!?
Mas adiante… causa-me alguma perplexidade ver o desenrolar da atitude negocial levada a cabo nesta matéria, se não vejamos:


1º Surgiu a questão de que os parceiros não eram ouvidos… foram ouvidos… os protestos continuaram!

2º Surgiu a questão de que as notas dos alunos não deviam ser tidas em conta para a classificação do Professor… deixaram de ser tidas em conta… os protestos continuaram!

3º O modelo de avaliação era demasiado burocrático… foi simplificado… os protestos continuaram!

4º Saiu a imagem de que a equipa ministerial era irredutível nas negociações… mostraram flexibilidade mas… os protestos continuaram!

Apenas 4 exemplos do que se tem passado ao longo de 10 ou 11 meses em que nenhuma alternativa tivesse sido apresentada e que achas foram atiradas para a fogueira numa luta pouco pedagógica e produtiva por parte de quem deveria ter esse factor pedagógico como sublime definição da competência profissional.
Com isto não quero lavar a cara da dita “Milú” pois também considero a arrogância um dos principais inimigos do bom funcionamento de qualquer negociação e bem-estar de um sector da sociedade. Agora quanto aos pontos supracitados…

1º Os parceiros devem obrigatoriamente ser ouvidos de uma forma saudável e construtiva.

2º As notas dos alunos podem ser tidas em conta para a avaliação dos Professores sempre que seja também avaliado o contexto em que esses estão inseridos.

3º O modelo tem sempre que gozar de complexidade, pois as componentes “avaliáveis” também o são e tão diversificadas quanto a própria complexidade inerente à profissão Docente.

4º Irredutível é quando um engravatado de costas largas entra numa negociação e defende que essa negociação ou corre como ele quer ou abandona o barco negocial.





GREVES:



A greve é um direito constitucional que assiste aos cidadãos e trabalhadores de um estado de direito democrático. Assim sendo sou favorável a qualquer manifestação popular em que os direitos dos trabalhadores sejam defendidos… mas foram!? Os meus NÃO!!! Ainda assim e ao querer exercer a minha “quase” profissão, fui impedido, pois ao chegar a uma escola sem alunos, professores, fechada foi-me impossível partilhar o meu saber! Se quem tem direito à Greve a pode fazer, também quem quer trabalhar tem esse direito! Adiante…


Será correcto que Greves sejam decididas por maioria numa votação de um qualquer “Pedagógico”?


Será correcto que alunos percam aquilo que os seus pais pagam com os impostos por um braço de ferro entre DUAS PARTES CASMURRAS!?


Será correcto haver conselhos “pseudo” executivos coagirem alunos a participar nessas manifestações? Será correcto esses mesmos Órgãos redigirem documentos e cartas para os alunos enviarem para o Ministério!?

Se por um lado é notória a tentativa Governamental de “abafar” ou minorar os efeitos dos protestos, não é igualmente grave ou mais ainda a pressão que os “grevistas” exercem sobre alunos, funcionários e colegas para alinhar qual formiga, pelo mesmo carreiro?

Quanto a mim era muito mais produtivo e prestigiante a elaboração de um modelo alternativo, colocar as cartas na mesa e “dividir o mal pelas aldeias”, cedendo aqui, exigindo ali para assim se conseguir elevar a profissão a mais do que armas de arremesso partidário.
É hora de esquecer as divergências e chegar a um acordo nem que os dois lados tenham que engolir meia dúzia de sapos!



O QUE DIZ O POVO:


Vocês não querem é trabalhar… Vocês recebem mais do que ganham… Se tivessem que ir cavar batatas não barafustavam tanto… Até eu a tratar de vacas sou avaliado… Não querem é ser avaliados… VAMOS SUSPENDER A DEMOCRACIA 6 MESES QUE ISTO VAI AO SÍTIO… Enfim!



O QUE EU DIGO:



Que há uma parte significativa dos Professores que não querem ser avaliados pois isso teria impacto directo na progressão na carreira…


Que neste momento vemos professores no 9º escalão que ainda leccionam com os manuais do seu tempo e defendem acerrimamente que o Mondego desagua em Coimbra!

Que a avaliação é necessária, urgente e que para além de implicações na progressão, deveria não só reter alguns professores no mesmo escalão como mesmo “descer”!

Que não é assim tão complicado descomplexar.

Que não é difícil usar as novas tecnologias para leccionar uma aula seja qual for a disciplina.

Que não tem lógica a divisão da carreira em titulares e outros, mas teria lógica a divisão em 5 escalões diferentes não definidos unicamente pelo tempo de serviço. (NÃO ESTÁ DIVIDIDA HOJE A CARREIRA EM 10 ESCALÕES!?)



Que um professor com 20 anos de serviço não é obrigatoriamente mais competente que um com 3 anos!

Que os professores do 10º escalão ganham mais do que merecem e os do 2º, 3º, 4º ganham menos do que merecem.

Que a progressão não deve ser automática e que NEM TODOS OS SOLDADOS CHEGAM A GENERAL…

Que se uns defendem a visão economicista do Governo… também devem defender a visão economicista dos Sindicatos.

Que as reciclagens ou formações de “encher chouriços” não contem para a progressão da carreira e para contarem deva existir uma prova de conhecimentos!



Finalmente e para terminar…

Actividades de Enriquecimento Curricular!


Já falei mais nas AEC que o Mário em um ano! E vou falar novamente noutra oportunidade!

1 comentário:

Corduroy disse...

Não fala nas AEC's e só na semana passada no último minuto do programa O Corredor do Poder da RTP, é que o ouvi a falar da Prova de Acesso à Carreira Docente. Pena que não saiba defender todos por igual. Enfim...

Cumps.